9 de nov. de 2007

Notícias que nunca perdem sua novidade - estórias infantis estinulam a tolerância



Retirado de http://gazetanews.com/local_noticia.php?cd_noticia=6953&mes_ano=&ini=40


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"Estórias infantis estimulam a tolerância

De 11 a 21 de abril a Broward County Library promoveu a 5° Pan African Bookfest and Cultural Conference, que reuniu artistas e contadores de histórias, painéis e discussões sobre livros locais e nacionais. Entre os destaques da progra-mação, a exibição de fotos da Fundação Pierre Verger, no lobby da African American Library Research, e a participação da contadora de estórias brasileira Tatiana Henrique, que participou de séries de workshops e leituras no evento, e em escolas públicas do condado de Broward.

- É a terceira vez que venho aqui para contar estórias, e sempre a recepção é fantástica. A curiosidade das crianças pela cultura brasileira é muito grande, mesmo das crianças que não nasceram no Brasil e que não têm vínculos com o Brasil, mostram interesse por outra cultura – observa Tatiana.

Ela destaca que o aspecto mais importante de tudo isso é justamente o estímulo à tolerância. “O estímulo à tolerância é a essência do meu trabalho. Sempre penso antes de contar uma estória. O que a pessoa vai ouvir pode aproveitar para a própria vida. As estórias carregam o histórico da humanidade. A despeito de toda a tecnologia de hoje em dia, as questões humanas permanecem, e os contos servem para isso, para nos lembrar das várias maneiras de absorver conflitos, e solucionar situações”, analisa Tatiana, acrescentando que independentemente da nacionalidade, há sempre uma maneira comum de olhar a vida.

Durante os encontros com as crianças, Tatiana desenvolveu o tema das raízes afro-descendentes. “Selecionei algumas estórias que tivessem personagens que falassem da descendência. Contei a estória da Mãe D’água, que tem a figura da sereia, que às vezes é Yemanjá, e às vezes é Mãe D’água. Outra estória foi a de Iroko, árvore vital que ajuda pessoas a encontrarem seus caminhos”, conta Tatiana."

As mil e uma noites


Até dia 10 de fevereiro de 2008, no Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro, confiram a exposição "Lusa - a matriz portuguesa", que conta a história de Portugal, desde sua pré-história até a época dos Descobrimentos.


O CCBB Educativo traz, através de várias histórias diferentes, um pouco das misturas étnicas do passado lusitano.


Uma dessas contações é "As mil e uma noites", baseado no livro homônimo que reúne várias histórias de origem persa, hindu e até chinesas. A história de Sherazade que com seu poder de contar histórias encanta e abranda o coração do poderoso sultão Shariar é um clássico para todas as idades.


Confira os horários no CCBB Educativo:


(21) 38082070 - 38082254

5 de nov. de 2007

Pra contar em novembro - A menina e a figueira


"Aconteceu em um lugar... havia duas casas. Em uma delas, morava um pai e uma filha que se amavam muito.


Na casa ao lado, vivia uma vizinha, que vivia sozinha. Isso porque era bem fofoqueira. Fofoqueira, mas apaixonada pelo pai. Mas o pai...


Decidida que iria se casar com pai, ela teve uma grande idéia: conquistar a filha, pra depois, conquistar o pai.


E todo dia, quando a menina estava brincando na calçada, a vizinha ia até ela e lhe dava um presente. A menina ficava muito feliz. E aos pouquinhos, foi gostando mais e mais da vizinha, até o ponto de querer que ela fosse a sua mãe!!!


Pois um dia, a vizinha disse à menina:


- Minha queridinha! Se você quiser eu posso ser sua mãe. Mas para isso, você precisa me ajudar a casar com o seu pai!


E a menina naquele dia mesmo pediu, pediu e pediu pra que ele se casasse com aquela mulher que era tão legal, tão legal, que podia ser a mãe dela!


O pai riu das coisas que a menina falava. Mas, vou dizer a vocês: a partir daquele dia, ele começou a olhar para a vizinha diferente, bem diferente!


Tanto que começou a gostar.


Tanto que começou a namorar com ela.


Tanto que se casou com ela.


No dia do casamento, a mais feliz dos três era a menina que já sonhava com a vida maravilhosa que ela teria daquele dia em diante.


Pois no dia seguinte, ela deitou a cabeça no colo da madrasta (sim, porque agora a vizinha era a madrasta dela) e disse: "ô, mãezinha, é hoje que você vai me dar um presentinho?"


- Presente? Que presente, menina! Você só pensa nessas coisas. Aliás, quer saber: poder começar a limpar esse chão. e depois pode lavar a louça, e depois tire o pó dos móveis e depois lave a roupa e blá blá blá blá!!!!!!!!!!


Mas não foi só isso:


- E mais: a partir de hoje, você não brinca mais nem aqui, nem na rua, nem em lugar nenhum, pois isso é coisa de crianças preguiçosa!!!!!!!!!!!


Foi assim mesmo: desde aquele dia, a vida da menina foi a mais triste das mais tristes vidas...


Mas o pior ainda viria: o pai tinha de viajar e passaria três dias fora de casa.


A mulher já começou a pensar no que faria com a menina.


Quando o pai virou a esquina, a madrasta estava na janela. Olhou pro jardim e viu: uma figueira, a árvore preferia do pai da menina. Ela estava cheia de figos.


A madrasta pegou a menina pelo braço, levou até o quintal e disse:


- Menina! E vou sair agora e você vai passar o dia inteiro aqui espantando os passarinhos dessa árvore. Quando eu voltar, se houver um figo bicado... Aah! Menina! Você não sabe do que sou capaz!


A madrasta saiu e a menina ficou ali espantando os passarinhos.


Até que ela ouviu o som das crianças brincando na rua... e foi brincar também!


Correu, pulou, subiu, caiu, levantou, gritou, riu... o dia inteiro. Mas o dia passou.


Quando a noite chegou, a madrasta também veio.


E viu os figos da árvore todos bicados!


Cheia de raiva, começou a cavar, cavar, cavar.


Puxou a menina e levou-a até o buraco... e jogou-a lá dentro.


E tapou, tapou e tapou.


Ai, a sorte da menina é que o pai desistiu da viagem. Quando olhou pro jardim, chamou logo o jardineiro.


Ele começou a capinar, a capinar... até que ouviu uma vozinha fraquinha cantando aos pés da figueira.


"Jardineiro do meu pai

Não me corte os cabelos

Minha mãe me penteava

Minha madrasta me enterrou

Pelo figos da figueira

Que o passarinho bicou

Xô! Passarinho, da figueira do meu pai!

Xô! Passarinho da figueira do meu pai!"


O jardineiro reconheceu a voz da menina e chamou o pai. Quando ele ouviu o canto da menina, começou a cavar, a cavar... e tirou a menina lá de dentro, ainda viva!


E olhe só: quando ia levando a menina pra dentro de casa, eles viram quem tentava fugir: a madrasta!


Ah! O jardineiro correu atrás dela e a segurou. O pai, quando olhou pra ela, disse:


- Você nunca mais vai fazer mal pra ninguém!


E foi assim mesmo: a madrasta foi presa e nunca mais fez mal a ninguém. Nem pra adulto, nem pra criança.


E dizem qeu o pai e a filha viveram muito felizes. Dizem até que ele se casou de novo. Mas dessa vez, a mulher foi bem diferente: era uma rainha pra ele e uma fada pra menina."


Esse é um conto popular bem antigo. Pode ser encontrado em várias versões diferentes e com vários títulos diferentes também.


Como diz aquele ditado dos pontos que vão aumentado ou diminuindo, à medida que a gente conta as histórias, essa é a maneira que eu gosto de contar esta história: trazendo-a pra bem perto da gente, da nossa época, sem que ela perca nada da sua essência: a crueldade da madrasta, o sofrimento da menina, o engano do pai, continuam marcados, formando essa trama, que poderia realmente ter acontecido em qualquer lugar. Quem sabe, bem na nossa rua.


E mesmo que não, a história continua reverberando a sua verdade dentro da gente.

Uma mesa com muita história pra debater

Era uma vez... todo mês... acontece no Centro Cultural Banco do Brasil, o "Práticas e Reflexões com educadores", organizado pelo CCBB Educativo, onde temas relacionados a Arte e Educação são discutidos e experimentados por educadores vindos de instituições escolares ou projetos socioeducativativos.

Neste mês teremos um encontro extra: no dia 17 de novembro, sábado, de 10h às 12h, uma mesa-redonda sobre Contação de histórias, discutirá como, contemporaneamente, essa linguagem tem sido utilizadas em suas dimensões artística e pedagógica.

Presentes na mesa estarão: Francisco Gregório Filho - Karingana Ua Karingana - Tapetes contadores de histórias - Cláudia Gomes (Biblioteca Popular Municipal do Grajaú)

Como as vagas são limitadas, é necessário se inscrever antecipadamente. Os contatos são:
CCBB Educativo - Centro Cultural Banco do Brasil
Rua Primeiro de Março, 66, Centro - Primeiro andar
Tel.: (21) 38082070 - 38082254

Sigam os fios...

22 de set. de 2007

Mundo Azul e BIENAL DO LIVRO


Visitantes do Mundo Azul,


Neste fim de semana, 22 e 23 de setembro, estarei na BIENAL DO LIVRO, no Riocentro, compartilhadno histórias com quem quiser ouvir.


Nossos encontros podem acontecer em três horários: 11h, 14h e 16h.


Sigam os fios...

Pra conhecer mais... Curriculum

http://mundoazulth.blogspot.com.br/2012/10/curriculum_3.html