15 de mar. de 2008

Mundo Azul no MAC - Niterói


Neste domingo, dia 16 de março, encontraremo-nos no projeto Histórias no MAC.



A Contação começa às 16h no MAC - Museu de Arte Contemporânea, em Niterói:



Mirante da Boa Viagem, s/nº. Niterói, RJ


Até lá!

14 de fev. de 2008

Mundo Azul na Esquina Cultural


Dia 8 de março, às 10h, no espaço Esquina Cultural, acontece a contação "Labirintos", baseada no mito de Teseu e Minotauro.


Após a contação, os participantes vão criar seus próprios labirintos.


Pra não se perder no caminho, lá vão as direções:


Esquina Cultural

Rua Angeolina Petrópolis, 200 (antiga Rua 6) , Itaipu Niterói

Tel.: 2709-1717


As vagas são limitadas!
Sigam os fios...

Oficina "Na teia de Ananse"


Nos dias 11 e 12 de fevereiro, aconteceu o encontro-oficina "Na teia de Ananse - uma abordagem poética da contação de histórias na contemporaneidade", com o grupo do Centro de Educação e Crescimento Arco-Íris, em Vassouras.


Este encontro foi um desdobramento da sessão de contação de histórias realizada em 2006, na Feira do Livro, organizada pela escola, liderada pelas diretoras Márcia Penalva e Luciene Castro.


Entre experimentações corporais e textuais, fomos investigando os griots internos e as possibilidades da linguagem da contação de histórias nos dias de hoje.


Obrigada pela disponibilidade, pessoal, e até as próximas histórias.

Ananse e o baú de histórias - um conto da África

Houve um tempo em que na Terra não havia histórias para se contar, pois todas pertenciam a Nyame, o Deus do Céu. Kwaku Ananse, o Homem Aranha, queria comprar as histórias de Nyame, o Deus do Céu, para contar ao povo de sua aldeia, então por isso um dia, ele teceu uma imensa teia de prata que ia do céu até o chão e por ela subiu.

Quando Nyame ouviu Ananse dizer que queria comprar as suas histórias, ele riu muito e falou: - O preço de minhas histórias, Ananse, é que você me traga Osebo, o leopardo de dentes terríveis; Mmboro os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.

Ele pensava que com isso faria Ananse desistir da idéia, mas ele apenas respondeu:

- Pagarei seu preço com prazer!

Novamente o Deus do Céu riu muito e falou:

- Ora Ananse, como pode um velho fraco como você, tão pequeno, tão pequeno, pagar o meu preço?

Mas Ananse nada respondeu, apenas desceu por sua teia de prata que ia do Céu até o chão para pegar as coisas que Deus exigia.

Ele correu por toda a selva até que encontrou Osebo, leopardo de dentes terríveis.

- Aha, Ananse! Você chegou na hora certa para ser o meu almoço.

- O que tiver de ser será - disse Ananse - Mas primeiro vamos brincar do jogo de amarrar?

O leopardo que adorava jogos, logo se interessou:

- Como se joga este jogo?

- Com cipós, eu amarro você pelo pé com o cipó, depois desamarro, aí, é a sua vez de me amarrar. Ganha quem amarrar e desamarrar mais depressa. - disse Ananse.

- Muito bem, rosnou o leopardo que planejava devorar o Homem Aranha assim que o amarrasse.

Ananse, então, amarrou Osebo pelo pé, pelo pé e pelo pé, e quando ele estava bem preso, pendurou-o amarrado a uma árvore dizendo:

- Agora Osebo, você está pronto para encontrar Nyame o Deus do Céu.

Aí, Ananse cortou uma folha de bananeira, encheu uma cabaça com água e atravessou o mato alto até a casa de Mmboro. Lá chegando, colocou a folha de bananeira sobre sua cabeça, derramou um pouco de água sobre si, e o resto sobre a casa de Mmboro dizendo:

- Está chovendo, chovendo, chovendo, vocês não gostariam de entrar na minha cabaça para que a chuva não estrague suas asas?

- Muito obrigado, Muito obrigado!, zumbiram os marimbondos entrando para dentro da cabaça que Ananse tampou rapidamente.

O Homem Aranha, então, pendurou a cabaça na árvore junto a Osebo dizendo:

- Agora Mmboro, você está pronto para encontrar Nyame, o Deus do Céu.

Depois, ele esculpiu uma boneca de madeira, cobriu-a de cola da cabeça aos pés, e colocou-a aos pés de um flamboyant onde as fadas costumam dançar. À sua frente, colocou uma tigela de inhame assado, amarrou a ponta de um cipó em sua cabeça, e foi se esconder atrás de um arbusto próximo, segurando a outra ponta do cipó e esperou. Minutos depois chegou Moatia, a fada que nenhum homem viu. Ela veio dançando, dançando, dançando, como só as fadas africanas sabem dançar, até aos pés do flamboyant. Lá, ela avistou a boneca e a tigela de inhame.

- Bebê de borracha. Estou com tanta fome, poderia dar-me um pouco de seu inhame?

Ananse puxou a sua ponta do cipó para que parecesse que a boneca dizia sim com a cabeça, a fada, então, comeu tudo, depois agradeceu:

- Muito obrigada bebê de borracha.

Mas a boneca nada respondeu, a fada, então, ameaçou:

- Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou te bater.

E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando com sua mão presa na sua bochecha cheia de cola. Mais irritada ainda, a fada ameaçou de novo:

- Bebê de borracha, se você não me responde, eu vou lhe dar outro tapa.

E como a boneca continuasse parada, deu-lhe um tapa ficando agora, com as duas mãos presas. Mais irritada ainda, a fada tentou livrar-se com os pés, mas eles também ficaram presos. Ananse então, saiu de trás do arbusto, carregou a fada até a árvore onde estavam Osebo e Mmboro dizendo:

- Agora Mmoatia, você está pronta para encontrar Nyame o Deus do Céu.

Depois, ele teceu uma imensa teia de prata em volta do leopardo, dos marimbondos e da fada, e uma outra que ia do chão até o Céu e por ela subiu carregando seus tesouros até os pés do trono de Nyame.

- Ave Nyame! - disse ele - Aqui está o preço que você pede por suas histórias: Osebo, o leopardo de dentes terríveis, Mmboro, os marimbondos que picam como fogo e Moatia a fada que nenhum homem viu.

Nyame ficou maravilhado, e chamou todos de sua corte dizendo: - O pequeno Ananse, trouxe o preço que peço por minhas histórias; de hoje em diante, e para sempre, elas pertencem a Ananse e serão chamadas de histórias do Homem Aranha! Cantem em seu louvor!

Ananse, maravilhado, desceu por sua teia de prata levando consigo o baú das histórias até o povo de sua aldeia, e quando ele abriu o baú, as histórias se espalharam pelos quatro cantos do mundo, vindo chegar até aqui.

Até a próxima história...

Pra conhecer mais... Curriculum

http://mundoazulth.blogspot.com.br/2012/10/curriculum_3.html